18 de agosto de 2021

Na órbita do sucesso ou na rota do fracasso?

Por muito tempo, a humanidade pensou que a Terra era o centro do nosso universo conhecido. Era o chamado modelo “geocêntrico”, o que significa, literalmente, “a terra no centro”.

Foi Nicolau Copérnico, no século XV, quem descobriu que estávamos redondamente enganados. Antes mesmo da invenção da luneta de Galileu, Copérnico descobriu que era o Sol que estava no centro, ou seja, o modelo “geocêntrico” deveria ser substituído por um novo modelo, o “heliocêntrico”.

Enquanto todos achavam, na época, que Copérnico estava louco, hoje para nós chega a ser assustador o quanto podemos ser arrastados por visões equivocadas da realidade.

Já pensou alguém não poder admitir, com evidências científicas, que é a Terra que gira em torno do Sol, simplesmente por sofrer ameaças das autoridades religiosas e políticas do seu tempo?

Hoje, olhamos para essas histórias e nos perguntamos: como era possível que as pessoas se deixassem levar por ideias que nos parecem, agora, tão tolas e até absurdas?

O engraçado é que, ano após ano, inúmeros paradigmas são quebrados, em muitos setores e aspectos da nossa vida, e esse sentimento sempre vem à tona: “Como éramos tolos em acreditar nisso… Como fomos capazes de aceitar esses absurdos?”.

Em nossos dias, vivemos mergulhados em um cenário cada vez mais transformacional: as mudanças estão ocorrendo em toda parte, transformando nosso modo de ver as coisas e de viver.

Essas verdadeiras “rupturas” são cada vez mais frequentes, rápidas e poderosa. E, no mundo das empresas e dos negócios, não é nada diferente. O turbilhão da mudança arrasta todos nós, de forma inexorável, sem pedir licença nem permissão!

São inúmeros os casos de empresas líderes de mercado que, do dia para a noite, são simplesmente engolidas por “inovações disruptivas”, que viram o mercado pelo avesso e fazem do sucesso passado apenas uma página da história. E o problema é assustadoramente claro e óbvio: a mentalidade “geocêntrica” destas empresas.

De forma geral, tais empresas colocam a si mesmas no centro do seu “universo de ação”: são suas crenças, seus valores, seus planejamentos e projetos, sua burocracia, seus processos e produtos que ocupam o lugar central, enquanto os clientes orbitam ao redor, na periferia de todo o processo. Estas empresas focam no “processo” em detrimento da satisfação (e do encantamento) dos stakeholders.

Isso pode parecer exagero, mas é o que realmente acontece: as empresas geocêntricas pensam em si mesmas para depois pensar no cliente. Lançam produtos e esperam que os clientes os desejem e comprem. Elas dão o primeiro passo, para que o cliente dê o segundo. Pode parecer que esse modelo de negócio é absolutamente normal e, afinal, parece também que as coisas sempre foram assim. Mas, aí é que está o pulo do gato: o mercado mudou.

Novos “Copérnicos”, com mente aberta e inovadora, estão surgindo para nos mostrar que, no novo paradigma do mercado, são os clientes que devem estar no centro, enquanto as empresas giram em torno deles.

Sim, está surgindo um novo modelo de empresas, as “empresas heliocêntricas”, que são cada vez mais hábeis, versáteis e inteligentes para “girar” em torno dos seus clientes e adequar-se às suas necessidades, aos seus desejos e aos seus interesses, em todas as etapas de planejamento e operação do negócio.

O novo conceito das “empresas heliocêntricas” revela uma verdade muitas vezes esquecida no velho modelo de mercado: o cliente é o “sol”, a fonte de energia, de luz, de inspiração (e de recursos financeiros) de todo o mercado. Afinal, o mercado existe para o cliente e não o contrário, como as empresas geocêntricas ainda teimam em acreditar.

E você e sua empresa? Em que lugar do “espaço mercadológico” se situam? Vocês mantêm suas crenças e processos no centro, definindo estratégias e desenhando produtos esperando que seus clientes continuem em sua órbita, ou adotam estratégias de Customer Centric, centralizando todo o planejamento na experiência e satisfação dos clientes?

A resposta a esta simples pergunta pode ajudar a responder se ela está na órbita do sucesso ou na rota do fracasso. O mais importante é que, diferentemente do sistema solar, a decisão de estar no centro ou de colocar o cliente no centro depende apenas da própria empresa.

No final da história, o modelo de Copérnico venceu! Na realidade das empresas, da mesma forma, o destino final também aponta para a vitória das “empresas heliocêntricas”!

A decisão está em suas mãos (e em sua mente)!

Assinatura Lefe

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