A palavra autodesenvolvimento ganhou mais espaço nas discussões durante a pandemia. Tempos de reflexão sobre a vida, mudanças relevantes na saúde e na economia, momentos de incertezas e a rotinas extremamente alteradas.
Os estudos presenciais foram afetados, grande parte das empresas adotaram o trabalho em home office e os eventos sociais praticamente cancelados. Tudo isso, trouxe muita reflexão e uma necessidade grande em se autodesenvolver. Não apenas no campo profissional, mas também no aspecto pessoal.
Mas, afinal, o que é exatamente o tal autodesenvolvimento? De forma simples, é tomar conta do seu processo evolutivo, assumir as responsabilidades de quem você é e de quem você ainda quer ser, usando mecanismos para evoluir e alcançar estes objetivos pessoais.
Em cima disto, o que você está fazendo para o seu autodesenvolvimento na prática?
Infelizmente, é comum percebermos nas pessoas uma acomodação latente e inconsciente. E isto não são críticas, apenas constatações. Quando trazemos isso para nossas áreas comerciais, vemos muitas vezes, vendedores e líderes aguardando a solução cair do céu ou apontando o dedo para fatores externos como únicos responsáveis pelos seus insucessos. E estas atitudes se extrapolam para as pessoas em geral, nas mais diversas situações do dia a dia.
Alguns pontos são mais comuns e você vai se identificar em algum deles. Se não está tendo esses comportamentos, já teve ou vivenciou de perto alguém que não evoluiu por conta deles.
1) As desculpas
Isso atrapalha demais quando falamos em investir tempo no nosso autodesenvolvimento. São as corriqueiras desculpas que se materializam na palavra “se”, para justificar porque não evolui, porque não melhora na carreira, porque não bate as metas.
Ah, se eu tivesse mais tempo; se eu tivesse mais comissão; se a minha loja tivesse mais produtos; se a minha empresa fizesse mais propaganda; se as pessoas comprassem mais.
Só conseguimos nos autodesenvolver quando assumimos que todas as possibilidades dependem da gente. A mudança e a transformação dependem da gente. Quantas vezes você colocou um “se” na frente e deixou de ser um profissional melhor, esperando alguma condição externa?
2) Acreditar em circunstâncias que não existem mais
Outro ponto inimigo do autodesenvolvimento é ficar esperando circunstâncias externas, que não fazem mais parte do nosso dia a dia, que ficaram para trás com a evolução de tudo.
Um exemplo é o tempo de sobra. Nós não temos mais esse tempo de sobra. Você vai ter que trabalhar bastante e estudar bastante ao mesmo tempo. Vai ter que ler mais, se aperfeiçoar, cuidar da família, da casa e do seu lazer. É preciso se reinventar com o pouco tempo disponível.
3) Esperar que o patrão, governo, tutores façam por você
A partir do momento em que você se torna adulto e possui uma profissão, dificilmente alguém vai te olhar como um coitadinho, para te ajudar nessa evolução. Não vão te pegar pela mão. Você precisa, mais uma vez, tomar as rédeas e focar nos seus planos.
4) Rotinas
Nossa vida não é mais construída em rotinas. Aliás, a rotina é um veneno para o autodesenvolvimento. É preciso se desafiar, buscar coisas novas, evoluir todos os dias. Fazendo a mesma coisa, apoiado em uma rotina, você está enroscado, sem ir para frente.
5) Estabilidade
Não tem patrão, não tem empregado, não tem rico, não tem pobre. A pandemia veio para nos provar, mais uma vez, que a famosa estabilidade não existe. A segurança que você tem está no seu conhecimento. O único porto seguro, que te dá estabilidade, é o próprio autodesenvolvimento. Ele sim te garante segurança onde você estiver.
Com estes pensamentos acima, não dá para se autodesenvolver. Ao invés de você focar em um emprego, é preciso buscar uma carreira. É você se policiar e batalhar para se colocar em uma situação melhor. Você se ensina, você se motiva, você é o seu chefe, o dono do seu tempo e da sua mente.
E carreira é construída degrau por degrau, ao longo da vida. A dedicação no autodesenvolvimento te abrirá portas e te trará o sucesso no trabalho e na vida.
A “sorte” só vem para quem trabalha muito, para quem estuda muito, para quem tem uma grande rede de relacionamento, para quem sabe se comunicar, conversar, ter empatia com os outros. Desta forma, você cria circunstâncias positivas que te trazem retornos e benefícios.
Se você quer ser diferente, requisitado, imprescindível, falando em autodesenvolvimento, dou um conselho em especial para vendedores e gerentes de vendas: sempre que você tiver uma tarefa, um desafio, seja para vender um produto, atender um cliente, bater sua meta, procure investir em formas, métodos, processos, ideias diferentes.
E para ser diferente, não dá para usar sempre a opção mais simples na hora de resolver um problema. É preciso fugir no óbvio. Mas para ter esse leque de opções diferentes, você precisa estudar, buscar o autodesenvolvimento. A opção de se destacar, depende de você.
Estamos cheios de exemplos positivos, de pessoas bem-sucedidas que saíram de uma condição muito adversa. E as coisas caíram do céu para elas? Não. Elas tinham o que chamamos de inconformismo positivo. Passaram a investir tempo nelas. Foram se virar com o pouco que tinham no início e se tornaram pessoas de sucesso.
O que você faz para se destacar? No que você é melhor?
Três pontos são fundamentais no autodesenvolvimento e precisam andar juntos.
- Conhecimento (ir atrás dele, saber das coisas, das técnicas, dos processos);
- Habilidade (o que fazer com o conhecimento, como utilizá-lo na prática);
- Atitude (ter o conhecimento, se habilitar para usar, mas não se acomodar).
Colocar na prática estes três conceitos, farão toda a diferença. Fazer acontecer, realizar e se destacar. Com conhecimento, habilidade e atitude, você deixa de ser mais um na multidão.
O autodesenvolvimento valeu muito neste período complicado que passamos, de crise e de adaptação, e seguirá sendo importante nesta retomada que iniciamos. Então, estude e invista no seu conhecimento. Se autodesenvolva também em relações humanas, no lado espiritual, comportamental, na saúde física.
Seja proativo, antecipando o problema e enxergando que existem oportunidades de melhoria. Tenha iniciativa, sendo o primeiro a ajudar quando é solicitado. E tenha comprometimento, estando com alma para participar da evolução de tudo o que você se envolver.
Encerro esse artigo referendando um slogan que tanto fez diferença na minha vida: “Longe Lateqve” – O slogan do Colégio Estadual do Paraná, escola pública fundada em 1846, e que tive o privilégio de estudar, e que significa “Para frente e Para Cima”!
